Lenda do Rego do Azar


Nos tempos em que o moço Infante D. Afonso Henriques andava a guerrear o partido galego, já depois da batalha de S. Mamede, eram frequente s as incursões e as escaramuças entre o Minho e a Galiza, devido à guerra civil havida entre os cristãos.

Os adeptos da mãe de Afonso Henriques, chefiados pelo galego Fernando Peres e pela própria amante Teresa, não desistiram logo à primeira, apesar de bem derrotados em S. Mamede. Por isso o vitorioso revoltado de Guimarães teve repetidas vezes que acudir pelos caminhos serranos de Braga a Santiago de Compostela, de modo a expulsar os que pretendiam ser vassalos do Rei de Leão e não do primeiro Rei Português.

Numa dessas cansativas incursões, por um desses dias calorentos do Verão de Julho ou Agosto, iam os cavaleiros suados e sequiosos por um atalho que descia de um pequeno chão ou planalto, chamado de Gil (Chão de Gã), quando depararam com um pequeno regato ou rego de água. Deu ordem o chefe dos Portucalenses para desmontarem, darem água aos animais e eles próprios beberem.

Eis senão quando ainda mal saciados e dessedentados naquela água fresquinha, são atacados por um numeroso grupo de partidários galegos, que lhes fizeram muito dano em vidas, ferimentos e roubos de animais. Aquela pequena batalha não favoreceu os Portucalenses de D. Afonso Henriques, morrendo alguns junto daquele rego de água, afinal um rego de azar ou "Rego de Azal".

A piedade manda que, ao passarmos junto do pequeno "nicho das alminhas" naquele sítio do Rego do Azar, nos lembremos daqueles primeiros heróis da nossa Pátria.