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Lenda do Cervo Rei - Vila Nova de Cerveira


LETRA   |   CORO   |   CORO E PIANO   |   CANÇÃO

Letra: Augusto "Canário"

Música: Fernando C. Lapa



Era uma vez … um cervo (veado), que liderava a sua manada – chamava-se Cervo Rei. O grupo andava há vários dias em fuga, acossados pelos caçadores que não lhes davam tréguas. A certa altura, atingiram o cume de um monte no Alto Minho com uma paisagem de cortar a respiração, com um magnifico rio e uma pequena ilha no meio – uma tal "Ilha dos Amores”. O ambiente era calmo, ficava longe do olhar dos caçadores, inspirava serenidade e confiança. Do cimo da montanha, poderiam antecipar qualquer investida humana e fugir atempadamente. Água e pastagem abundantes garantiam o seu sustento. Perceberam que era o local ideal para ficarem e por isso, batizaram-no como "Terras de Cervaria” ou seja, a terra dos cervos. Ao longo dos anos, inúmeros cervos juntaram-se a esta manada, não parando de crescer.

Convencido de que esta era a terra ideal para a sua manada, o destemido Cervo Rei declarou que nesta terra, quem mandava eram os cervos e não os homens, tal como acontecia no resto do mundo. E disse mais: para preservar a independência e integridade deste território, os cervos não iriam fugir mais. Antes, lutariam bravamente pela sua terra e enfrentariam que os quisesse perseguir. Os homens não poderiam entrar nestas terras. Os animais aclamaram em coro o Cervo Rei e juraram-lhe determinação e lealdade absoluta.

A notícia de que havia uma terra onde quem mandava era um veado e que os homens lá não podiam entrar pois era a terra dos veados, correu mundo.

E assim, o Cervo rei e a sua manada foram enfrentando todos os que quiseram tomar as "Terras de Cervaria” em diversas batalhas: romanos, bárbaros, celtas, mouros… Contudo, ao longo de todas estas batalhas, os cervos da manada foram perecendo um a um, excepto o Cervo Rei.

Certa manhã, um emissário trouxe a mensagem de um cavaleiro português que desafiou o Cervo Rei para uma luta. Se ganhasse, ficaria na posse das "Terras de Cervaria”. Mesmo sozinho – uma vez que toda a sua manada havia morrido nas várias batalhas pela conservação destas terras – o corajoso e determinado Cervo Rei, não hesitou e aceitou o duelo.

No dia e hora combinada deu-se o combate que foi renhido e sangrento. Todavia, o Cervo Rei venceu e assim, permaneceu sozinho nas "Terras de Cervaria”, onde nenhum animal ou homem podem entrar. Consta-se que o Cervo Rei teve uma longa vida…

Muitos, de visita a Cerveira, quando olham para o cimo do monte e vêm o vulto do cervo, escultura do mestre José Rodrigues, pensam que ele ainda lá está… há até quem diga que continua a vaguear pela Cervaria, porque é imortal.
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