Lenda Santa Maria da Ínsua
Frei Diogo Arias olhou para a pequena ermida solitária, ali junto à foz do Minho, numa língua de areia a querer invadir o mar. O santo frade tinha finalmente encontrado o lugar onde poderia entregar-se a Deus e meditar as palavras divinas. Juntamente com um pequeno grupo de irmãos, aventurou-se até à imagem da Senhora de Carmes e confiou-lhe o seu segredo. Servo do menino que estava ao colo da Senhora, prometeu Frei Diogo que ali ergueria um convento, para, longe do barulho do mundo, entregar-se à sua proteção.
Os irmãos que o seguiam, bem compreendiam e admiravam a vontade e coragem do seu patrono, mas descriam das possibilidades de levar a bom termo tal propósito. Afinal, aquele lugar não era tão sujeito aos caprichos e rumores do mar e suas tempestades? Como encontrar ali o sossego? Ausente a vozoaria humana, como silenciar a dos elementos da natureza? E como se podia ali viver em qualquer fonte de água doce?
Frei Diogo pressentia a descrença dos irmãos, mas não via neles qualquer desânimo, O entusiasmo com que levava por diante as obras e a fé que transmitia, iam contagiando, lentamente, todos os frades. — Valha-nos Deus e a Virgem! Era o crédito para todas as dúvidas.
Ao longe passavam os marinheiros e pescadores, os quais, atónitos, iam registando os progressos das obras. Grande coragem e fé teriam que ter aqueles frades, para desejarem viver tão pobremente, sem comodidade e sem água doce, pensavam os homens do mar.
Acabadas as obras e celebrada a inauguração e dedicação da capela, foram, logo desde os primeiros dias, surpreendidos os frades por tão doce quietude do mar. Mas a surpresa aumentou quando, por mais alterado que fosse o mar, e a tormenta afastasse qualquer navegador, dentro do convento, principalmente na capela, não se ouvia qualquer barulho! Era o silêncio um convite à oração, que assim lhes permitia elevar o espírito para as coisas celestes! Aquele era na verdade um lugar protegido e abençoado pela Virgem Senhora da Conceição, que frei Diogo Arias havia colocado no altar da capela, e que agora recebia o nome do local: Senhora da Ínsua!
E se a alegria e a fé cresciam a cada dia nos corações dos irmãos, ela ficou para sempre fortalecida quando Frei Diogo lhes indicou, a mando da Senhora que lhe havia aparecido em sonhos, um local para escavar. Assim fizeram. Ainda a escavação estava no início, e logo um jorro de água doce a todos maravilhou! Milagre! Foi este o grito entusiasmado e fervoroso de todos, pelo inusitado do local e pela qualidade da água que aí brotava.
Pelas redondezas passou o relato de tal feito milagroso. Todos acorriam para ver e beber de tão ditosa fonte, vindo esta a ser conhecida como “Fonte Milagrosa”, e as suas águas pretendidas para todas as curas.
Os irmãos que o seguiam, bem compreendiam e admiravam a vontade e coragem do seu patrono, mas descriam das possibilidades de levar a bom termo tal propósito. Afinal, aquele lugar não era tão sujeito aos caprichos e rumores do mar e suas tempestades? Como encontrar ali o sossego? Ausente a vozoaria humana, como silenciar a dos elementos da natureza? E como se podia ali viver em qualquer fonte de água doce?
Frei Diogo pressentia a descrença dos irmãos, mas não via neles qualquer desânimo, O entusiasmo com que levava por diante as obras e a fé que transmitia, iam contagiando, lentamente, todos os frades. — Valha-nos Deus e a Virgem! Era o crédito para todas as dúvidas.
Ao longe passavam os marinheiros e pescadores, os quais, atónitos, iam registando os progressos das obras. Grande coragem e fé teriam que ter aqueles frades, para desejarem viver tão pobremente, sem comodidade e sem água doce, pensavam os homens do mar.
Acabadas as obras e celebrada a inauguração e dedicação da capela, foram, logo desde os primeiros dias, surpreendidos os frades por tão doce quietude do mar. Mas a surpresa aumentou quando, por mais alterado que fosse o mar, e a tormenta afastasse qualquer navegador, dentro do convento, principalmente na capela, não se ouvia qualquer barulho! Era o silêncio um convite à oração, que assim lhes permitia elevar o espírito para as coisas celestes! Aquele era na verdade um lugar protegido e abençoado pela Virgem Senhora da Conceição, que frei Diogo Arias havia colocado no altar da capela, e que agora recebia o nome do local: Senhora da Ínsua!
E se a alegria e a fé cresciam a cada dia nos corações dos irmãos, ela ficou para sempre fortalecida quando Frei Diogo lhes indicou, a mando da Senhora que lhe havia aparecido em sonhos, um local para escavar. Assim fizeram. Ainda a escavação estava no início, e logo um jorro de água doce a todos maravilhou! Milagre! Foi este o grito entusiasmado e fervoroso de todos, pelo inusitado do local e pela qualidade da água que aí brotava.
Pelas redondezas passou o relato de tal feito milagroso. Todos acorriam para ver e beber de tão ditosa fonte, vindo esta a ser conhecida como “Fonte Milagrosa”, e as suas águas pretendidas para todas as curas.
Junto à imagem, Senhora da Conceição, Frei Diogo Arias agradecia as graças concedidas pela Virgem que, daí em diante, seria sempre a Estrela-do-mar para os mareantes e pescadores, e o último remédio para a saúde de todos.