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Viana do Castelo já foi uma povoação amuralhada


Sabia que...

… Viana do Castelo já foi uma povoação amuralhada. Viana fez, em 2008, 750 anos desde que o rei D. Afonso III, através da outorga do foral, consagrou princípios de autonomia municipal aos moradores deste local.

A concessão do foral em 18 de junho de 1258, não foi um mero ato administrativo, pois enquadrava-se também no propósito de uma segura política de defesa das fronteiras. Por essa razão, começaram a edificar-se muralhas, cuja construção decorreu por conta do município, o que, segundo os historiadores, inseria-se no plano régio de fortificação das fronteiras com Espanha.

A construção das muralhas iniciou-se em 1263. O circuito amuralhado, que compreendia de início quatro portas de acesso orientadas pelos pontos cardeais, ficou concluído em 1374. Ainda segundo um dos historiadores locais, “as muralhas fernandinas, de forma ovalóide, apresentam 685 metros de perímetro, sendo de 10 metros a altura dos seus muros e de 2,20 metros a sua espessura. A torre de menagem, erguida no sítio mais alto, assente no afloramento granítico junto ao lajedo da praça das armas, «por muitos anos deve ter servido de casa do concelho, por ser estância do alcaide»”. A torre de menagem foi demolida em 1695 para alargar a Matriz, hoje Sé Catedral.

Desde o início da construção das muralhas até à sua conclusão, há a salientar o facto curioso de que, por volta de 1336 (trinta e oito anos antes da sua conclusão), os muros existentes permitiam a incursão de galegos no núcleo amuralhado, depreendendo-se assim o levantamento da cerca anterior a D. Fernando. A muralha afonsina seria, por isso, ineficaz, ou estaria inacabada. Há quem levante a hipótese, também, de a mesma muralha não envolver todo o aglomerado medieval, deixando a antiga «Rua do Cais» de fora. E como era de esperar Viana foi crescendo gradualmente dentro de muralhas, preenchendo os espaços livres.

Em 1517, a vila de Viana compreendia o núcleo amuralhado com 304 moradores que se distribuíam por seis ruas, paralelas ao rio e entre si: ruas do Poço, do Tourinho, da Judiaria (anteriormente de João Casado, ou Quezado), Grande, Cega e do Cais. Embora não se tivesse iniciado nessa época, foi nos primórdios de oitocentos que se prosseguiu com a demolição das muralhas medievais, sendo a pedra destinada às obras públicas, incluindo o calcetamento das ruas de S. Sebastião (hoje Manuel Espregueira) e da Bandeira.

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