Património de Ponte da Barca
Antigo Mercado
O antigo mercado é uma obra singular, de grande valor arquitetónico, situado em frente ao Pelourinho. O "Abrigo Porticado", que ambienta a sua praça, foi edificado em 1752, com duas arcadas apoiadas em colunas, e destinava-se ao abrigo de comerciantes, barqueiros e seus bens. É considerado o ex-libris da vila. (Almeida, 1987; Fundação Calouste Gulbenkian, 1965)
Capela Nossa Senhora da Lapa
Pequeno templo do século XVII, com pedra de armas dos Magalhães na fachada. Possui, no seu interior, talha da segunda metade do século XVIII. (Azevedo, 1991)
Capela de Santo António
Insere-se de forma harmoniosa no centro da vila de Ponte da Barca. Testemunho da arquitetura religiosa, maneirista e barroca, a Capela de Santo António data de finais do século XVII / inícios do século XVIII. De destacar o contraste entre a modinatura do óculo oval do frontispício e a do portal arquitravado e a rusticidade das molduras das janelas. No interior, salienta-se o retábulo-mor em talha dourada. O frontal do altar ostenta painéis com pinturas sobre madeira, em estilo maneirista, provavelmente do século XVII. O pavimento junto do retábulo-mor incorpora tampas sepulcrais epigrafadas, setecentistas. (DGEMN)
Capela de São Bartolomeu
É um edifício, cuja data provável de construção remonta ao século XVIII, tendo-se em conta a data inscrita no púlpito: 1758. De estilo maneirista, a capela apresenta uma planta longitudinal retangular, sendo a fachada principal em empena assente em pilastras, com sobreposição de cornijas. A janela recortada a encimar o portal remete para uma transformação posterior. No interior, destacam-se o púlpito e os frontais do supedâneo decorados com motivos fitomórficos relevados. O retábulo apresenta a edícula central ladeada e encimada por painéis pintados. Do lado do Evangelho, uma imagem de S. Bartolomeu sobre mísula em talha policroma. (DGEMN)
Casa da Fonte Velha
De arquitectura banal, incaracterística, ostentando porém uma pedra de armas dos Silvas, Vasconcelos, Abreus, Limas, da segunda metade do século XVIII.
Casa de Farias
A Casa de Farias é um belo solar da segunda metade do século XVIII, com muro fronteiro, ameado, portal encimado pela pedra de armas, que ambienta o jardim e a habitação. (Almeida, 1987)
Casa de Santo António do Buraquinho
É um edifício da segunda metade de setecentos, dotado de uma bela fachada longa, e varandas com cachorradas de rolos e com gradeamentos neoclássicos. Possui, também, uma capela lateral com retábulo da época. É na Casa de Santo António do Buraquinho que funciona, atualmente, o Centro Cultural Frei Agostinho da Cruz e Diogo Bernardes. (Azevedo, 1991)
Castelo do Lindoso
O Castelo de Lindoso, com classificação de Monumento Nacional, situa-se sobre um pequeno outeiro rochoso, ao lado da povoação, merecendo uma paragem e um olhar mais atento. É uma construção do reinado de D. Afonso III, estando encoberto por baluartes e obras defensivas do século XVII. (DGEMN; IPPAR)
Conjunto de Espigueiros do Lindoso
Este conjunto localiza-se junto ao Castelo e Cruzeiro de Lindoso. O conjunto de espigueiros do Lindoso (datável do século XVIII) e respetivo local onde se implantam, estão classificados como Imóvel de Interesse Público. (IPPAR)
Cruzeiro do Curro
Classificado como Imóvel de Valor Concelhio, o Cruzeiro do Curro data de 1831. No soco de quatro degraus quadrangulares, assenta o pedestal constituído por um pequeno plinto. A coluna, com fuste de seção circular, apresenta caneluras, levemente interrompidas a meia altura por molduras simples. Possui, por cima, uma esfera de igual ornamentação. Encima-a uma cruz latina com braços e haste quadrangular e com remate tronco piramidal. A cruz apresenta canelura nos braços e haste sublinhando o contorno. (DGEMN; IPPAR)
Fonte de São João
A Fonte de S. João, localizada na Rua Diogo Bernardes, caracteriza-se por ser uma fonte barroca de espaldar com pilastras laterais, encimada por cornija e com uma imagem num nicho central. Segundo inscrição gravada na fonte, o ano de 1801 marca a sua construção. (DGEMN)
Igreja da Misericórdia
Fundada em 1534, a Igreja da Misericórdia foi reconstruída de 1822 a 1844. Apresenta uma fachada da segunda metade do século XVIII, em estilo rococó, e uma varanda neoclássica. « (...) Interiormente, repare-se na composição de talha da Última Ceia, que cobre o frontal do altar-mor, e nos azulejos avulsos, de art nouveau, inseridos no cadeiral da abside. Na sacristia conserva-se o magnífico arcaz do ensamblador de Braga, Agostinho Marques (século XVIII)» . (Azevedo, pp. 221, 1991)
Igreja Matriz de Ponte da Barca
A Igreja Matriz é também conhecida como Igreja de S. João Baptista. Foi reformulada entre 1717 e 1738 sob o traço do engenheiro vianense, Manuel Pinto Villalobos, que lhe deu uma ampla espacialidade barroca. Apresenta uma planta longitudinal, de nave única, com seis capelas colaterais demarcadas, mandadas construir pelas principais famílias do concelho. A fachada é rematada por um relevo representando o Baptismo de Cristo, obra do século XVII que deve ter pertencido ao edifício anterior. Destaca-se, no seu interior, a riqueza retabular e decoração. A talha do altar-mor é barroca, inserindo-se no estilo nacional e a capela de Nossa Senhora das Dores é rococó, sendo revestida a azulejos policromos. Hoje, este templo, classificado como Monumento Nacional, é lugar de culto e ocasionalmente, palco de alguns concertos de música clássica e orquestral. (Azevedo, 1991; DGEMN; Fundação Calouste Gulbenkian, 1965; IPPAR)
Igreja / Mosteiro de São Martinho de Crasto
É um templo românico de finais do século XII, situado na freguesia de S. Martinho de Crasto, tendo pertencido ao antigo Mosteiro dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, e está classificado como Monumento Nacional. (IPPAR) Apesar das ampliações modificarem o primitivo espaço, este conserva ainda alguns elementos de origem, nomeadamente «parte do friso enxaquetado que corria a nave, duas frestas e o pingadouro do lado norte, o esquema geral dos portais e o da cornija enxaquetada sobre cachorros». (DGEMN) «Singelas, as duas portas laterais do muro setentrional conservam alguns ornatos românicos. E a decoração escultórica dos modilhões – na torre, nave e abside – desperta curiosidade, pelo pitoresco de alguns temas: figuras humanas e de animais criticando vícios, serpentes enlaçadas, ornatos geométricos» . (Azevedo, pp. 224, 1991)
Igreja e torre de Vila Nova de Muía
Esta igreja e a torre do antigo mosteiro, que lhe está anexa, estão classificadas como Imóvel de Interesse Público. Possui características arquitetónicas românicas. Do século XII, a igreja pertencera ao mosteiro da Ordem dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho. A primitiva igreja românica foi posteriormente ampliada na cabeceira e no corpo da nave, como revelam as cicatrizes nos seus muros. Da primitiva traça decorativa conserva, ainda, a escultura dos modilhões da cabeceira e uns frisos de parede. «(...) Do seu medieval de origem apenas se mantém de pé a torre, quadrangular». (Azevedo, pp. 224, 1991)
O seu interior sofreu várias alterações, chegando aos nossos dias com um retábulo de talha da segunda metade do século XVIII, na capela-mor. (Almeida, 1987; DGEMN; IPPAR)
Lar Condes da Folgosa – Misericórdia de Ponte da Barca
É um edifício que testemunha a arquitetura assistencial, tendo servido como asilo eclético de finais do século XIX / inícios do século XX. Hoje, funciona como lar de idosos. Possui planta retangular, com capela adossada, igualmente, retangular. Desenvolve-se em três pisos, com frontaria de três corpos, com o central ligeiramente recuado e rematado por pequena cornija contracurvada e suportada por mísulas. No átrio de entrada, encontram-se algumas peças de mobiliário com bastante interesse: uma cadeira D. João V, com as armas da Misericórdia no espaldar, a bandeira da Misericórdia e telas retratando os Condes de Folgosa. Na sala do arquivo, encontra-se uma vitrina que expõe algumas peças em prata de elevado interesse artístico. (DGEMN)
Mosteiro de Bravães
O Mosteiro de Bravães, na freguesia de Bravães, constitui uma das igrejas românicas mais interessantes da Ribeira Lima e um dos mais notáveis monumentos do concelho de Ponte da Barca, estando classificado como Monumento Nacional. Deverá datar da primeira metade do século XIII, embora reutilize elementos anteriores. É um templo de nave única e capela-mor, separadas por um arco-cruzeiro preciosamente esculpido. Nas paredes da nave encontram-se diversos frescos do século XVI. (DGEMN; IPPAR) O Mosteiro notabiliza-se, sobretudo, pelo «(...) seu portal, voltado a ocidente, constituído por cinco arquivoltas recamadas de motivos figurativos e geométricos, avultando, depois, no tímpano, o relevo do Cristo em majestade acolitado por dois anjos. Os colunelos que sustentam as arquivoltas encontram-se, por sua vez, esculpidos de alto a baixo – nos capitéis, nos fustes e nas bases –, sendo de referir pela sua raridade no panorama do nosso românico, as figuras humanas que aparecem em dois fustes, frente a frente. O cordeiro místico surge, entretanto, no tímpano da porta lateral sul, enquanto no tímpano da porta norte se descobre, estilizada, a Árvore da Vida no meio de dois animais» . (Azevedo, pp. 223, 1991)
Paços do Concelho
O edifício da Câmara Municipal de Ponte da Barca é um belo exemplar do século XVIII, de construção apalaçada com dois pisos, de arquitetura sóbria e robusta. No rés-do-chão, recorta-se uma arcada de quatro arcos de volta inteira, funcionando como receção e abrigo. Apresenta, no segundo piso, doze janelas e possui, ao centro, as armas reais. (Azevedo, 1991; Fundação Calouste Gulbenkian, 1965)
Pelourinho de Ponte da Barca
Está classificado como Monumento Nacional. Poderá datar dos finais do século XVI e apresenta coluna de granito cilíndrica, antecedida por um soco de quatro degraus. Termina em esfera e cone embolado, do século XVIII, estabelecendo a transição entre o maneirismo e o barroco. Os elementos heráldicos aludem a D. Manuel. A esfera apresenta as armas reais, a cruz de Cristo e as faixas da família dos Magalhães, donatários da vila. (DGEMN; Fundação Calouste Gulbenkian, 1965; IPPAR)
Ponte do rio Vade
Esta ponte romana sofreu algumas alterações na época medieval e encontra-se classificada como Imóvel de Interesse Público. (IPPAR)
Ponte sobre o rio Lima
Classificada como Monumento Nacional, esta ponte constitui uma das mais notáveis obras construídas no Portugal medieval, da primeira metade do século XV. Ergue-se sobre o rio Lima, à saída da vila, separando o concelho de Ponte da Barca do de Arcos de Valdevez. Tendo sofrido fortes remodelações nos séculos XVIII e XIX, possui dez arcos quebrados ou plenos, desiguais entre si, e ao meio, duas lápides, uma com as armas de Ponte da Barca, outra com a esfera armilar. (Azevedo, 1991; DGEMN; IPAAR) «(...) Da construção medieval conservam-se oito arcadas, ligeiramente quebradas. São as que se apoiam nos pilares que apresentam olhais». (Almeida, pp. 121, 1987)
Quarteirão Piloto
«(...) Os mais antigos edifícios de Ponte da Barca encontram-se no começo da Rua da Fonte Velha. Pelo menos, os rés-do-chão de algumas fachadas datam da primeira parte do século XVI. Segundo a tradição, que poderá ter um certo fundamento, D. Manuel pernoitou numa destas casas, quando regressava da sua peregrinação de Santiago de Compostela. Toda a gente sabe apontar essa moradia, a que terá sido de Maria Lopes da Costa, da família do Cardeal Alpedrinha. Localiza-se frente à Praça do Pelourinho. Na sua fachada, há dois modilhões da época, que mostram duas pequenas figuras esculpidas, muito frequentes no tempo e muito frustes, as quais, segundo diz o povo, representam D. Manuel e a sua mulher. São apenas dois relevos ornamentais, mas esta atribuição não deixa de ter muito interesse na apreciação do imaginário das populações e na mítica das localidades» . (Almeida, pp. 122, 1987)
Ruínas do Castelo da Nóbrega
Encontramos estas ruínas, seguindo pela E.M. Ponte da Barca-Sampriz até Ventuselo e, posteriormente por uma estrada de terra batida até aos vestígios do Castelo.
A visibilidade dos vestígios do Castelo da Nóbrega, datado do século XII, permite uma boa compreensão da antiga estrutura. « Os vestígios do castelo estão materializados pelos encaixes que serviram de alicerce à torre de menagem e por vários encaixes nos afloramentos envolventes onde se ergueria a cerca em torno da torre ». (DGEMN)